Revolta da Vacina
Pois é, como vocês podem ver, o toxicumbiologicus, hoje, está em plena ebulição de posts (rsrs).
Falando em vacinas, é inevitável não citar esse episódio da história brasileira, que demonstra não só a falta de informação a que o povo estava submetido, mas também o seu nível de insatisfação com o governo.
Em 1904, iniciou-se uma campanha nacional de vacinação obrigatória contra a varíola, comandada pelo médico Oswaldo Cruz. Entretanto, a população já vinha, há algum tempo, cultivando certo descontentamento com o governo, como, por exemplo, com a reforma urbana do Rio de Janeiro, que desalojou milhares de pessoas para a construção de jardins, avenidas e prédios mais modernos. Assim, ao se deparar com uma tecnologia desconhecida até então (vacina), não sabendo dos seus efeitos e sua função, e, além disso, com um pensamento defensivo frente a todas as ações governamentais, o povo se revoltou. De 10 de novembro de 1994 ao 16 do mesmo mês, diversos conflitos entre populares e policiais ocorreram, edifícios do poder público e lojas foram depredados, e trilhos e bondes, retirados. O governo conseguiu conter a revolta, porém, antes disso, suspendeu a obrigatoriedade da vacina, e deportou diversos rebeldes para o Acre. Com a situação controlada, a campanha continuou normalmente, e a epidemia da doença na cidade foi erradicada.
Um pouco sobre o criador da vacina
Edward Jenner nasceu em Gloucestershire, 18 de maio de 1749. Filho de um vigário local, aos 14 anos era aprendiz de um cirurgião, e, mais tarde, foi a Londres para estudar mais a técnica. Volta a Gloucestershire em 1772, e continua , pelo resto da vida, atuando como médico. Em 1780, percebe que as ordenhadeiras não contraíam varíola (doença viral), e acaba por descobrir que elas contraíam varíola bovina e, através dessa, ficavam imunizadas contra o vírus humano. Em 1796, realiza uma experiência com um menino de 8 anos, filho de um camponês. Tal consistiu em aplicar pus das feridas provocadas pela varíola bovina na criança, e, mais tarde, expô-la ao vírus de seres humanos. O que ocorreu foi a imunização da criança, e, eis que surge a vacina jenneriana, técnica utilizada até hoje. Embora, a nível científico e de comprovação, a vacina de Jenner tenha sido considerada revolucionária e inovadora, os persas e os asiáticos, na Antiguidade, já utilizavam a variolação (contato proposital com o vírus) para não adquirirem a doença novamente.
Criança com varíola
Edward Jenner
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